quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma palavre sobre o Papa Francisco

A notícia mais comentada nestes últimos dias é sobre a escolha do novo Papa, feita pela Igreja Romana. O argentino Bergoglio foi eleito no Conclave realizado na quarta-feira passada, dia 13 de março, na quinta votação realizada. O jesuíta e ex-arcebispo de Buenos Aires é o 266º papa da história e assume a Igreja em um momento bastante delicado, onde um sem número de acusações são feitas contra o Vaticano e seus sacerdotes espalhados mundo a fora.

O que isso tem haver conosco, evangélicos? Em minha opinião, muito pouco. O hiato existente entre os cristãos católicos e os cristãos protestantes é muito grande. Sei que o neo pentencostalismo trouxe um sincretismo tão absurdo para a Igreja evangélica brasileira, que acabou tornando as práticas de idolatria e uso de amuletos, que são tão combatidas por todos os que se declaram evangélicos, coisas corriqueiras dentro de muitos dos templos das mais diversas denominações. Hoje os católicos veneram os "santos" mortos e os neo pentencostais idolatram os "santos" vivos. Os católicos crêem na infalibilidade papal, e os neo pentencostais criaram seus papas e colocam sobre eles o peso da infalibilidade também. Enfim, há uma afastamento claro da Igreja evangélica de verdades bíblicas que perderam sua força em algumas denominações.

Mas, ainda assim, vejo que há um distanciamento enorme entre católicos e protestantes, graças, principalmente, ao dogma de Maria. Portanto, entendo que a eleição do novo papa em nada vai inteferir na vida da Igreja envangélica como um todo.
Teologimanete e filosoficamente, gostaria de indicar três leituras que estão na internet (das centenas que foram escritas, duas chamaram minha atenção e gostaria de indicá-las) e que falam, com muita sabedoria, sobre a mudança papal feita pela Igreja Romana. Seguem os links:

Augusto Nicodemos: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/03/uma-segunda-reforma-avaliando-as.html

Augusto Nicodemos: http://tempora-mores.blogspot.com.br/2013/03/pedro-paulo-e-francisco.html

Bp. Walter Mcalister: http://www.waltermcalister.com.br/site/maria-de-todos-nos/

Minha palavra é sobre outro aspecto que tem chamado minha atenção nestes últimos dias. Em todas as reportagens que vejo sobre o novo papa é impressionante a tentativa de passar, ao público em geral, a imagem de uma homem simples, ligado ao povo, preocupado com os menos favorecidos, simpático e que aproxime mais a Igreja romana da população comum, enfim, um papa que todos irão se "apaixonar" e admirar ao longo dos próximos anos. Não sei se, realmente, ele é tudo isso que estão falando a seu respeito, mas é impressionante a preocupação geral de aproximá-lo do povo, das pessoas comuns, o afastando de toda a tradição pomposa que é característica marcante da Igreja romana e, principalmente, do Vaticano. Todos só falam de sua humildade, de seus aspectos positivos e tentam apagar sua aproximação com as práticas da ditadura argentina, por exemplo.

Não estou o acusando de nada (quem sou eu para fazer isso), afinal, não tenho dados de pesquisa para falar nada contra ele, mas é impressionante o "noticiário positivo" que está sendo apresentado sobre o papa Francisco. A revista Época, por exemplo, fez uma repostagem, neste último final de semana, de mais de 50 páginas onde, em apenas uma, ela relata sobre a denúncia feita contra sua aproximação e apoio a ditadura na Argentina.

Não quero que ninguém fale de mal de ninguém, mas o que me incomada é quando a imprensa deixa seu papel de noticiar um fato e passa a fazer um trabalho de marketing a favor desta ou daquela pessoa.

Por exemplo, no caso do pr. Marcos Feliciano. Ouvi um reporter na CBN falando que é absurdo um Livro tão antigo (estava fazendo referência a Bíblia) servir como parâmetro para determinar padrões da vida moderna. E completava sua idéia dizendo que DEUS não nos deu um Livro, mas sim a ordem de amar a todos e aceitar a todos do jeito que eles são.

Eu não estou defendendo o pr. Feliciano. O problema é transformar esta guerra em algo contra a Igreja Evangélica e usar o noticiário para bater em todos os cristãos. E foi isso que eu vi nesta última semana: de um lado as informações sobre o papa Francisco, um homem maravilhos; do outro um pastor que persegue gays e negros e que deve ser banido da Comissão de Direitos Humanos.

Volto a falar: não estou defendendo o pastor, apenas dizendo que ficou muito clara a tentativa de um "noticiário negativo" a respeito dos evangélicos e um "noticiário positivo" a respeito dos católicos.
Como atalaia que sou, me sinto na obrigação de denunciar esta tentativa suja de uma parcela importante da imprensa.

Que DEUS nos abençoe ricamente e renove em nossos corações que as portas do inferno nunca prevalecerão contra a verdadeira Igreja de Cristo.

Humberto Rodrigues de Oliveira